sexta-feira, 28 de março de 2025

Taxar o Suor: Quando a Federação de Atletismo Decide Imitar o Manual de Trump (e Ninguém Pediu)


Correr é liberdade. É sentir o vento no rosto, o ritmo dos passos no asfalto, a respiração ofegante, a conversa fiada com um amigo ou desconhecido enquanto o corpo desliga do mundo. Mas parece que a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) decidiu que essa liberdade precisa de… uma portagem.

Sim, meus amigos: agora, além de pagarmos pelas sapatilhas, pelas inscrições e pelas deslocações, teremos de pagar uma taxa obrigatória para provar que amamos correr. E, sejamos sinceros, isso cheira mais a Trumpismo do que a fair play.


1. A Oposição: Por que Esta Taxa É um Sprint na Direção Errada

Vamos começar pelo óbvio: os corredores amadores não são marionetas financeiras. Corremos por prazer, não por contratos de patrocínio. Pagamos inscrições, viagens e até dormimos em pensões baratas só para cruzar a linha de meta de uma meia-maratona no Algarve, na Nazaré, no Porto ou na Régua. Agora, a FPA quer meter a mão no nosso bolso como se fôssemos importadores de endorfinas.

  • "Filiação por um dia"? Soa como comprar um bilhete para respirar.
  • Seguro incluído? Ótimo, mas as inscrições nas provas já não incluem isso? Enquanto isso, o gosto pela corrida continua gratuito: posso calçar as sapatilhas e desaparecer na serra sem precisar de um QR code da FPA para validar a minha existência.

E aqui entra o paralelismo trumpista: assim como o presidente dos EUA impõe taxas aduaneiras aos amigos e aliados (porque sim), a FPA decidiu taxar o suor dos seus próprios "aliados" – os corredores que mantêm o atletismo vivo. Make Running Expensive Again, alguém?


2. Os Benefícios da Corrida: Por que a FPA Deveria Estar a Aplaudir, Não a Cobrar

Enquanto a federação brinca ao Big Brother do asfalto, nós, corredores, continuamos a colher os frutos (gratuitos) da prática:

Benefícios Físicos

  • Coração turbo: Melhoria cardiovascular, perda de peso, músculos tonificados – tudo sem mensalidade de ginásio.
  • Imunidade reforçada: O único vírus que apanhamos na corrida é o da motivação (e olhem lá).

Benefícios Mentais

  • Terapia de trilhos: Cada passada é um murro no stress. A tal "runner’s high" não precisa de fatura fiscal.
  • Autoestima em alta: Completar uma prova difícil dá mais orgulho do que qualquer certificado da FPA.

Benefícios Sociais

  • Tribos do asfalto: Grupos de corrida são como famílias – sem taxas de adesão, só gargalhadas e incentivos.
  • Eventos solidários: Quantas provas já ajudaram instituições? A FPA podia aprender com isso.

3. A Federação vs. Trump: Uma Comparação Inevitável (e Hilariante)

Domingos Castro, presidente da FPA, parece ter copiado o manual de Trump: impor taxas sem diálogo, vestindo a decisão de "benefícios para a comunidade". Trump taxava o aço; a FPA taxa o suor. Ambos justificam com a mesma frase: "É pelo bem maior!".

  • Trump: "Os mexicanos pagarão pelo muro!"
  • FPA: "Os corredores pagarão pelo… ar que respiram nas provas?"

E não se enganem: assim como as tarifas de Trump geraram guerras comerciais, esta taxa pode gerar uma revolta dos amadores. Já imaginaram? Um protesto de corredores a ocupar a pista da FPA, todos de nariz empinado e… a correr no lugar?


4. Um Recado à FPA (Com Humor, Porque Raiva Acelera o Pace)

Querida Federação,

Se querem mesmo "fomentar o atletismo", comecem por não tratar os amadores como vacas leiteiras. Nós já damos vida às provas, enchemos os rankings e até compramos as t-shirts horríveis que vocês licenciam. Taxar-nos é como cobrar entrada para ver o nascer do sol: ridículo.

Sugestão: que tal usar essa energia para criar mais percursos seguros ou dar descontos em fisioterapia? Até Trump dava um desconto nas tarifas se chorassem bastante.


Para concluir 

Enquanto a FPA brinca à Ditadura do GPS, nós, corredores, continuamos livres. Porque nenhuma taxa vai apagar a magia de correr à chuva, de rir até faltar o ar ou de cruzar a meta com o peito estufado de orgulho. Correr é resistência – e resistiremos a esta medida como ultramaratonistas numa subida íngreme.

E, se tudo falhar, sempre podemos organizar uma Corrida da Revolta: inscrição grátis, percurso não homologado, e o lema: "As nossas pernas, as nossas regras".

PS: Domingos Castro, se estiver a ler, convidamo-lo para uma corrida… mas só se trouxer a própria hidratação. E a carteira.


Nota Final

Este texto foi escrito entre tropeções de indignação e memes de Trump a usar calções de corrida. Porque, no fim do dia, rir é tão essencial como correr – e ambos devem ser free of charge. 🏃‍♂️💨

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

A lição que aprendi com a corrida de trail

A linha de partida era como um portal para o desconhecido. Lembro-me daquela energia pulsante, da certeza de que o corpo e a mente já sabiam, mesmo antes de começar, que ali estava uma lição à espera de ser vivida. As primeiras passadas eram leves, como se os pés tocassem o chão apenas para sussurrar promessas de força. Mas o trilho, é claro, nunca é o que imaginamos. As subidas surgiam como montanhas que falavam ao ouvido: "Tu és maior do que pensas", enquanto as descidas exigiam uma dança entre controlo e entrega. O terreno, instável e sábio, lembrava que a vida só se revela quando estamos plenamente presentes. Em certos momentos, o cansaço chegou como uma névoa suave. A mente, então, começou a tecer histórias: "E se parar? E se desistir?". Foi quando algo mais profundo respondeu. Uma voz que não usa palavras, mas que ecoa no centro do peito: "O ritmo é teu. Só teu." Não importava quem passava ou ficava para trás. Havia uma sabedoria em escutar quando acelerar, quando recolher as asas e quando simplesmente respirar fundo, deixando que o ar renovasse até as células mais escondidas. Houve uma curva onde a distração vestiu-se de certeza. Segui um caminho que parecia certo, até que algo — talvez o coração, talvez o instinto — sussurrou: "Volta." O erro, então, transformou-se em luz. Porque continuar no caminho errado só levaria a um lugar que não era o pretendido. E quantas vezes, na vida, insistimos no erro por orgulho, em vez de recuar para renascer? Aquele retrocesso não era fracasso; era o trilho a ensinar que flexibilidade é irmã da coragem. A queda veio como um abraço duro do destino. Uma raiz, a lama, o joelho a sangrar... E por um instante, o mundo parou. Naquele silêncio, havia uma escolha: ficar ali, rendido à dor, ou levantar-me e seguir — mesmo sem saber porquê. Tu já sabes neste momento qual o caminho foi tomado. Porque há uma força que nasce quando decidimos mover-nos além das quedas, das dúvidas, das feridas. O trilho, afinal, não premia os mais rápidos, mas os que entendem que cada passo, até o mais lento, é uma declaração: "Ainda estou aqui." Quando cruzei a meta, percebi que a maior conquista não era o tempo que fiz, mas a pessoa que me tornei no percurso. E talvez seja isso que faz toda a diferença: saber que o mais importante nunca foi apenas chegar ao fim, mas sim cada passo dado para lá chegar.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Descubra o Seu Propósito: Um Guia para a Jornada do Autoconhecimento

A Jornada do Autoconhecimento
Encontrar o nosso propósito pode parecer uma tarefa desafiadora, mas é uma das jornadas mais gratificantes que podemos empreender. Este post explora passos práticos e reflexões para nos ajudar a descobrir o que realmente importa na nossa vida.

1. Explore as Suas Paixões
Pense nas atividades que fazem o seu coração acelerar. O que gostas de fazer, mesmo quando não há recompensa financeira ou reconhecimento envolvido? Fazer uma lista dessas paixões pode oferecer pistas importantes sobre o seu propósito.

2. Reflita Sobre as Suas Habilidades
Quais são as suas habilidades e talentos únicos? Como pode usar esses dons para contribuir de maneira positiva para o mundo? Identificar as suas habilidades pode direcioná-lo para atividades que estejam alinhadas com o seu propósito.

3. Conecte-se com a Sua Essência
Passe um tempo em silêncio, meditação ou a escrever um diário. Pergunte a si mesmo: "O que me faz sentir pleno e realizado?" Permitir-se momentos de introspecção pode revelar insights profundos sobre seu propósito.

4. Ação e Experimentação
Não tenha medo de tentar coisas novas. Muitas vezes, descobrimos os nosso propósito ao experimentar diferentes caminhos e observar o que ressoa mais conosco. Lembre-se, a jornada é tão importante quanto o destino.

5. Ajude os Outros
O propósito frequentemente está relacionado em como podemos servir e ajudar os outros. Procure maneiras de fazer a diferença na vida das pessoas ao seu redor. Pequenos atos de bondade podem ter um impacto significativo.

Descobrir o seu propósito é uma jornada contínua que evolui com o tempo. Esteja aberto às mudanças e confie no processo. Lembre-se, o caminho do crescimento é pessoal e único para cada indivíduo.

sábado, 5 de outubro de 2024

A Arte de se Conectar: A Essência das Relações Autênticas

A conexão verdadeira vai muito além das palavras. É aquele momento em que sentimos que alguém realmente nos entende, que estamos em sintonia com o outro, sem necessidade de grandes explicações. Mas para que essa ligação aconteça, é preciso algo mais do que apenas falar. É preciso ouvir de verdade, compreender o que está por trás das palavras, os gestos, as emoções.

Essa conexão começa de dentro. Quando estamos em harmonia com o nosso próprio mundo interior, com os nossos pensamentos e sentimentos, abrimos espaço para criar pontes genuínas com os outros. Tornamo-nos mais atentos, mais presentes e, sobretudo, mais empáticos. Conseguimos perceber os pequenos sinais, o ritmo do outro, a sua energia, e naturalmente ajustamo-nos, sem esforço.

É nesse estado de verdadeira presença que as conversas se transformam em algo mais profundo. E quanto mais autêntica for essa troca, mais forte e duradoura será a relação que se constrói. Não se trata de forçar uma ligação, mas de a permitir, de estar aberto ao outro, e de criar um espaço onde ambos possam ser verdadeiros e transparentes.

Talvez o maior desafio da conexão seja mesmo esse: estarmos inteiros na relação, atentos ao que sentimos e ao que o outro expressa, permitindo que a troca seja autêntica, fluida e transformadora.

No fim das contas, a qualidade das nossas relações reflete a profundidade das nossas conexões. E tu, como estás a fortalecer as tuas?


sexta-feira, 27 de setembro de 2024

A Jornada das Revelações

Numa manhã de nevoeiro espesso, uma jovem chamada Clara sentia-se perdida. Tinha percorrido vários caminhos na vida, mas nenhum parecia levar ao destino que buscava. A dúvida e a confusão eram suas companheiras constantes. Um dia, decidiu procurar o eremita que vivia numa caverna isolada, conhecido por ajudar aqueles que se sentiam sem direção. Ao chegar, Clara perguntou: “Como posso encontrar clareza no meu caminho?” O eremita olhou-a profundamente nos olhos e disse: "Há três luzes que te guiarão. Mas só tu as podes acender." A seguir, pediu-lhe que se sentasse em silêncio. Clara, inicialmente inquieta, começou a notar algo importante: quanto mais mergulhava no seu silêncio interior, mais a sua mente se organizava, e a resposta que procurava parecia emergir das profundezas do seu ser. Depois disso, o eremita entregou-lhe uma mochila e pediu-lhe que a preenchesse com pedras da montanha. Ao caminhar, o peso tornava cada passo mais difícil, até que Clara compreendeu que, ao largar aquilo que não era necessário, o caminho tornava-se mais leve. Com menos fardos, a caminhada tornava-se clara. Por fim, o eremita levou-a até uma ponte suspensa sobre um rio furioso. Clara hesitou ao dar o primeiro passo, mas o eremita lembrou-a: “O caminho revela-se quando caminhas.” Com o coração a bater forte, Clara começou a avançar, descobrindo que, à medida que confiava mais nos seus passos, o medo desaparecia e a visão tornava-se mais nítida. Ao regressar, Clara sentia que algo dentro dela se tinha transformado. O eremita sorriu e disse: "Agora vês com clareza. O que antes parecia nebuloso, agora faz sentido. Nunca te esqueças, a luz está sempre dentro de ti."

terça-feira, 24 de setembro de 2024

As Três Chaves da Paz Interior

Era uma vez, numa terra distante, um jovem chamado Elias. Elias vivia numa pequena aldeia rodeada por montanhas imponentes e rios serenos. Contudo, dentro dele, havia uma tempestade constante. Procurava desesperadamente a paz interior, mas a inquietação nunca o deixava em paz. Um dia, decidiu procurar o ancião da aldeia, um homem sábio que vivia no topo da montanha, conhecido pela sua sabedoria.

Ao chegar, o ancião sorriu e disse: "Há três chaves para a paz interior, mas só tu as podes encontrar. Para isso, terás que visitar três lugares e regressar com o que aprenderes."

A Primeira Chave – A Aceitação

O primeiro lugar era uma floresta densa, cheia de árvores altas e sombras profundas. Lá, Elias encontrou um lobo ferido que lutava para sobreviver. O jovem quis ajudar, mas percebeu que, apesar do seu esforço, não podia curar todas as feridas do lobo. No final, o lobo olhou para Elias com olhos serenos e deitou-se em paz. Elias entendeu que nem tudo pode ser controlado e que aceitar o que não pode ser mudado era a primeira chave para a paz.

A Segunda Chave – A Gratidão

De seguida, Elias viajou para um vale fértil, onde conheceu um agricultor que cultivava as suas terras com alegria. O agricultor, apesar de ter perdido parte das colheitas numa tempestade recente, continuava a sorrir. Quando Elias perguntou como conseguia manter-se tão feliz, o agricultor respondeu: “Em vez de me focar no que perdi, agradeço o que ainda tenho.” Elias percebeu que a gratidão pelo presente, em vez de se lamentar pelo passado, era a segunda chave para a paz interior.

A Terceira Chave – O Perdão

Finalmente, Elias chegou a uma vila em ruínas, destruída por antigas guerras. Lá, encontrou um homem que perdoara aqueles que haviam arrasado a sua casa e família. Elias, surpreendido, perguntou como conseguia viver sem rancor. O homem respondeu: "O peso do ódio corrói mais quem o carrega do que quem o causou. Perdoar liberta a alma." Elias percebeu que o perdão, tanto a si próprio como aos outros, era a terceira e última chave.

Quando Elias regressou ao ancião, com as três chaves – aceitação, gratidão e perdão – sentiu uma calma profunda dentro de si. O ancião sorriu mais uma vez e disse: "A paz interior não é a ausência de problemas, mas a maneira como escolhes lidar com eles. Agora que tens as três chaves, podes sempre encontrá-la dentro de ti.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

O Beco... com Saída

Em 2003, por motivos de trabalho, tive a oportunidade de visitar Timor-Leste, também conhecido como Timor Lorosae. Um grande sonho já estava cravado em mim antes mesmo de pisar aquele solo.

Semanas antes de embarcar, um colega meu, recém-chegado de lá, descreveu-me um lugar que parecia saído de um conto de fadas: um verdadeiro paraíso na Terra. Falou-me de cachoeiras imponentes, águas cristalinas que refletiam a luz como espelhos, e uma floresta repleta de espécies únicas de fauna e flora. O som suave da água em cascata, misturado com o canto das aves que ali habitavam, criava uma sinfonia perfeita, orquestrada pela natureza. Era um quadro que parecia irreal, mas que alimentou ainda mais o meu fascínio pela beleza intocada daquele lugar.

Sendo amante da natureza, logo defini a visita a esse lugar mágico como uma prioridade durante a minha estadia em Timor. Assim que cheguei, essa ideia estava viva em mim, pulsante, e tornara-se quase uma obsessão.

Na primeira oportunidade, pus em prática o meu plano de explorar aquele paraíso. Parti com grande expectativa, embora os recursos de navegação fossem limitados e os mapas apenas me guiassem até certo ponto. A partir dali, teria de confiar no meu instinto e arriscar. E foi exatamente o que fiz. Porém, à medida que avançava, a sensação de estar a caminhar em círculos começou a tomar conta de mim.

Com o passar das horas, o entusiasmo deu lugar à frustração. O desejo de desistir começou a pesar. Mas algo dentro de mim ainda queria continuar. Perguntei a alguns nativos que encontrei pelo caminho, mas a barreira linguística — eles falavam apenas tétum — tornava a comunicação difícil. Mesmo assim, com gestos e indicações, fui avançando, embora cada passo parecesse levar-me a lado nenhum. A frustração crescia, a sensação de fracasso começava a ser avassaladora, e a ideia de desistir parecia cada vez mais tentadora.

Quando estava prestes a voltar atrás, desiludido e cansado, recordei-me de algo que o meu colega tinha mencionado e que, até então, eu havia ignorado. Ele falou-me de uma aldeia próxima e de um homem, o chefe da aldeia, que falava português e que poderia ajudar-me.

Essa lembrança reacendeu a esperança em mim. Com renovada determinação, dirigi-me à aldeia. Lá, fui recebido calorosamente e, logo, me indicaram a casa do chefe. O senhor, de nome Salsinha, era o único daquela zona que falava fluentemente português. Ficou genuinamente feliz por eu o ter procurado, e eu, por fim, senti-me compreendido.

O Sr. Salsinha prontificou-se a guiar-me até ao local. A sua sabedoria e a sua companhia tornaram a caminhada extraordinária. O caminho, que antes me parecia um labirinto sem fim, agora desenrolava-se naturalmente, e quase sem dar por isso, cheguei ao destino.

E foi assim que, com a ajuda de um guia inesperado, alcancei o meu paraíso.





Taxar o Suor: Quando a Federação de Atletismo Decide Imitar o Manual de Trump (e Ninguém Pediu)

Correr é liberdade. É sentir o vento no rosto, o ritmo dos passos no asfalto, a respiração ofegante, a conversa fiada com um am...